segunda-feira, julho 19, 2010

Feirão da Juventude em Lanheses

No sábado dia 17, estive em Lanheses, desta vez com as minhas irmãs numa barraquinha de artesanato. Foram elas que me valeram porque com a mão direita lesionada não posso fazer nada.
Uma festa simples mas muito simpática, de um lado estava a tenda dos legumes, de um agricultor que apesentou os seus produtos, fruto de muito trabalho e "amor". "- Minha senhora... eu não deito as sementes à terra e fico à espera que as coisas nasçam! Eu ando lá todos os dias... viro as meloas todos os dias para apanhar sol por todos os lados! Eu tiro todas as ervas daninhas com as mãos e não deito herbicidas! Eu rego com todo o cuidado o pé das novidades!!! Os meus produtos são especiais!". E eram mesmo! Cheiravam mesmo muito bem, ao contrário dos que se compram nos supermercados que nem têm cheiro nenhum! As meloas eram realmente deliciosas!
Do outro lado estava a tenda dos chouriços e presunto, esta eu já conheço à muito tempo pois o dono é o meu vizinho Nuno, filho da Rosa Margarida. Outro cheiro fantástico!
Gostei de estar no feirão, especialmente pela tarde e noite de conversas com as minhas irmãs que são tão raras devido às vidas de cada uma. Conseguimos por a conversa em dia!
A Organização do Feirão foi uma simpatia. Obrigada a todos.

A Irene com os sacos
A São com as caixinhas
Eu com a bijutaria

segunda-feira, julho 12, 2010

Encontros Li

Nos dias 9 e 10, estive em Braga onde participei no 8º Encontro de Literatura Infantil este ano dedicado à ilustração.
Houve apresentações muito interessantes, gostei muito e aprendi mais.
No dia 10 também apresentei um poster sobre o livro que ilustrei "Uma viagem a Paris". Gostei imenso do contacto pessoal com as pessoas que passaram para ver o poster.

sexta-feira, julho 02, 2010

Com uma gaivota na janela!

Quando nasceu o dia, despertei... e vi à janela uma gaivota enorme que espreitava para o quarto e dava bicadas no vidro.
Ainda meia adormecida percebi que estava no quarto do hospital. Comecei a sentir o corpo, o braço direito estava com gesso e doía, os joelhos tinham feridas e doíam, o ombro direito tinha ferida e doía, esforcei-me para me virar e estava cheia de dores nas costas.
A noite tinha sido interrompida, talvez de hora em hora... ora mete termómetro, ora mede tensão, ora injecta analgesico,...ora,... ora... que noite!
Percebi que ia passar ali alguns dias, pelas dores que sentia e porque tinha sido operada ao cotovelo no dia anterior.
Dia anterior!!!!
Que dia fantástico que estava a ser!
Tinha saído com os meus filhotes e afilhada para um pic nic. Tudo indicava que nos íamos divertir imenso, a minha disposição era total para lhes dedicar um dia fantástico. Passeamos, conversámos, jogámos a bola até que me apeteceu pegar na trotinete e experimentar uma aventura mais radical.
Quando dei conta... estava estantelada no chão, com os miúdos assustadíssimos à minha volta e dois senhores a ajudar-me a levantar.
Que vergonha tamanha quando um dos senhores me diz:
- Oh minha senhora, você já não tem idade para estas coisas!
Com muito custo levantei-me e não quis mostrar muita dor, para não assustar os miúdos mas eu sentia-me toda partida e pensava:
- Eu só queria brincar!
Claro que a brincadeira teve de acabar, ao fim de dez minutos já estava a ligar para o meu "cherry" a pedir-lhe para me vir buscar e me levar ao hospital, pois quanto mais os minutos passavam... mais tudo me doía.
Por isso é que estou aqui, na cama do meio  numa enfermaria. Á direita a D. Maria e à esquerda a D. Ana, com histórias também bizarras.
Realmente quando somos sensíveis para olhar o mal dos outros... isso pode ajudar-nos a perceber que não nos devemos lamentar, mas lutar, é que há sempre alguém que está bem pior do que nós.
A gaivota voltou à janela. É tão grande e elegante!
Estar no hospital.
Por muito bom que seja um hospital, parece-me que ninguém gosta de lá estar e ninguém está lá por vontade própria.
Não posso dizer que não cuidaram bem de mim enquanto lá estive. Mas ao longo destes dias foi possível observar, o ambiente de quem trabalha com os doentes, desde o pessoal de saúde ao pessoal da limpeza. Tudo é feito mecanicamente! Nada é feito com alma.
As pessoas entram nas enfermarias a falar ao telemóvel, dos filhos, dos amigos, das férias etc, fazem o trabalho a falar ao telemóvel, muitas vezes entram e saem e nem uma palavra dirigem aos doentes.
Estranho não é?
Pergunto-me. Onde está a humanidade?
Pergunto. Onde está o amor por aquilo que se faz?
Pergunto. Qual é a prioridade num hospital?
Vi tanta falta de amor!!!