Estou a ler o livro "Diálogos com a Arte", de Anabela Moura correia e Eduarda Coquet, onde vos apresento este excerto
"... as imagens como interpretações visuais elaboradas, sob os filtros da cultura (Joly 2002), não se caracterizam, como afirma Flússer, como um conjunto de "símbolos com significados inequívocos", mas sim, como " espaço interpretativo: são símbolos conotativos" sublinhado nosso (1998, pag.28), o que remete não só para os efeitos de sentido no receptor, como contraria a ideia de passividade e de perda de criatividade. Neste sentido, Barthes (1969) afirma que a imagem "não é a expressão de um código" mas "a variação de um trabalho de codificação: não é o depósito de um sistema, mas a geração de sistemas" (ap. Joly, 2003, pag.257). Nesta perspectiva, a imagem como "sinal aberto" implica o sujeito que se torna co-autor na criação de sentido (Eco, 1989; 1980), processo em que ocorre um efeito de projecção dos modos pessoais de pensar e sentir, no qual está implícito o seu background sociocultural.